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quarta-feira, abril 25, 2007

Os Alunos: Nativos Digitais

A propósito do debate sobre o declínio sucessivo da educação nas últimas duas décadas, Prensky (2001) chama a atenção para um fenómeno que os professores, educadores e sociedade em geral não podem esquecer. É que os alunos “mudaram radicalmente”. O perfil dos estudantes de hoje não encaixa no modelo de ensino que o sistema educacional ocidental delineou há mais de cinco décadas atrás.

Ao contrário das gerações anteriores, os jovens de hoje não mudaram simplesmente de roupa, de adornos ou de estilos musicais. Qualquer jovem nascido num país desenvolvido depois de 1982 é um nativo digital. Estes jovens nunca conheceram o mundo sem Internet, sem satélites, sem telemóveis, sem jogos de vídeo e sem computadores. Espaço e tempo têm para estes jovens uma dimensão totalmente diferente dos adultos nascidos anteriormente. Eles não enviam cartas nem trocam postais de cartão aos amigos distantes, enviam um e-mail ou um postal virtual; não lêem jornais, sabem das notícias pela televisão, pelo telemóvel ou pelos portais na net; eles não se apresentam a novos amigos espontaneamente, conhecem novas pessoas nos sites de amizade e namoro; eles não vão a bibliotecas, fazem pesquisas na rede; já não pedem aos pais para brincar na rua e passam horas divertindo-se em frente a um computador ou a uma consola de jogos. Hoje em dia os jovens em idade escolar “passam menos de 5 mil horas das suas vidas a ler, mas mais de 10 mil com jogos de computador (já para não mencionar 20 mil horas a ver televisão). Os jogos de computador, o e-mail, a Internet, os telemóveis e os mensageiros instantâneos são parte integral das suas vidas” (Prensky, 2001).

(...)

Do outro lado desta realidade estão as gerações anteriores aos anos 80 que não nascendo na era digital foram por ela conquistados por curiosidade ou por necessidade de sobrevivência nas novas linhas com que se cose o actual mercado de emprego; a esses Prensky categoriza de imigrantes digitais. O imigrante digital é como qualquer outro imigrante… melhor ou menos bem, adapta-se a um novo ambiente mas preserva as suas raízes, por exemplo, tende a ler os seus e-mails ou documentos digitais unicamente depois de imprimidos, telefona a um colega de trabalho a perguntar-lhe se recebeu o seu e-mail, chama alguém perto de si para ver um site interessante que encontrou em vez de enviar o URL por e-mail.

(...)

Os novos alunos por seu turno estão habituados a receber informação rapidamente e a desenvolver processos e tarefas paralelas. Preferem ver gráficos antes dos textos que os acompanham e informação que surja ao acaso como o hipertexto, por exemplo. Trabalham melhor em rede/grupo; esperam gratificações instantâneas e recompensas frequentes. Preferem jogos a trabalho “sério” (Prensky, 2001). Estão os professores e as escolas preparados para estas novas aptidões? Que perfil e métodos se esperam que os professores do século XXI possam aplicar?

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