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sábado, maio 12, 2007

As TIC como Mediadoras dos Processos de Ensino-Aprendizagem (Abordagem Sócio-Cultural e Cognição Situada)

If we take learning to be a process of enculturation, it is possible to clarify this distinction and to explain why much school work is inauthentic and thus not fully productive of useful learning.
(Brown, Collins e Duguild, 1989)

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A presente perspectiva sugere que o sujeito que aprende é parte de um grupo social e cultural e que lhe deve ser permitido questionar, descobrir e compreender o mundo a partir das interacções com os demais elementos do seu contexto. Desta forma, o papel do professor é o de favorecer a convivência social, estimulando a troca de informações e a construção de um conhecimento colectivo e partilhado.

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A motivação para este procedimento é que trabalhando na resolução de problemas um pouco mais acima das suas capacidades presentes aumenta a velocidade do desenvolvimento dos estudantes (Johansson & Gärdenfors; 2005).

Admitindo o papel fundamental na aprendizagem do mundo externo ao sujeito está igualmente a corrente que defende a Cognição Situada (Brown, Collins & Duguild, 1989), que ao contrário das correntes cognitivistas não se centra nos conteúdos do que é apreendido, mas nas práticas envolvidas.

É na base da dicotomia Saber/Fazer que Brown, Collins e Duguild apontam as fragilidades da escola; a escola que instrui, mas que não forma, a mesma escola que se limita a transferir conteúdos descontextualizados dos conceitos formais. A prática em contexto real ou simulada, facilita por seu turno, o contacto com as ferramentas (conceitos) que segundo os autores só podem ser inteiramente compreendidas através do seu uso, e usá-las envolve a mudança de visão do utilizador acerca do mundo. A aprendizagem implica então um processo de transformação que se desenvolve ao longo da vida, resultante das nossas acções sobre o meio/contexto.

Considerando o papel fundamental dos outros indivíduos e do contexto na aprendizagem de cada sujeito, importa referir que as teorias sócio-culturais apontam para a criação de Comunidades de Aprendizagem. (...)

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A Internet, o hipertexto e sobretudo as ferramentas de comunicação e produção designadas por web2.0 (blogs, wikis, plataformas de e-learning, fóruns de discussão, canais de conversação síncrona, etc) potenciam autênticos Ambiente Virtuais de Aprendizagem (AVE), onde estudantes e professores podem interagir em domínios específicos.

As simulações por computador, a inteligência artificial, os mundos virtuais e os avatares são campos férteis para a prática educativa que poderão ser aplicados a qualquer campo do conhecimento das ciências humanas às ciências exactas. O professor é nesta perspectiva encarado como um parceiro do processo de ensino-aprendizagem, um coordenador do processo, em vez de ser o centro do conhecimento e da informação que se encontra nos contextos reais, virtuais ou simulados.

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