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quinta-feira, outubro 11, 2007

Níveis de Competências (II)

Explorando um pouco o relatório da OCDE, conclui-se que as competências são mais do que simples conhecimento sobre uma determinada matéria ou habilidade. Diz-se no relatório que as competências implicam que o sujeito mobilize uma série de recursos psico-sociais num determinado contexto.

Se observarmos atentamente os recursos mobilizados (o uso de várias ferramentas interactivamente, a interacção com grupos heterogéneos e a autonomia) verificamos que são exactamente o mesmo nível de competências que se espera dos trabalhadores do século XXI. Se bem me recordo, é exactamente desta flexibilidade que nos fala Peter Drucker, embora não tenha aqui presente nenhuma obra deste autor.

Trata-se efectivamente de ser suficientemente flexível para lidar com as constantes alterações no mercado de trabalho também ele globalizado, para sentir o pulso das novas necessidades e objectivos pessoais mas também sociais. Isto implica um constante esforço de adaptação e formação ao longo da vida, fazendo dos obstáculos um grande desafio.

Perguntamo-nos muitas vezes como e porquê algumas pessoas têm tanto sucesso numa época em que as dificuldades parecem ser tantas e irresolúveis. Fazendo fé neste documento da OCDE talvez o grande segredo esteja exactamente na perspectiva como estas pessoas encaram as dificuldades. Há aquelas que perante as dificuldades assumem a derrota e as outras que vêem nas dificuldades a grande oportunidade de desenvolvimento e crescimento. Definitivamente, uma postura deste género implica um nível de maturidade muito elevado, mas também uma boa dose de criatividade e de inovação.

Visto tratarem-se de competências bem mais do que simplemesmente mecânicas - são psico-sociais - creio que o grande desafio está em saber como vamos desde os primeiros anos de escola, formar/treinar as nossas crianças e jovens para esta nova perspectiva...

Pessoalmente não entendo a formação ao longo da vida como estandardizadora de competências; bem pelo contrário. O tempo da especialização e estandardização já terminou, pelo que é necessário que ao longo da vida se adquiram e desenvolvam novas competências, sobretudo para sobreviver a um mercado cada vez mais globalizado e competitivo. Não há empresas que durem toda a vida ou sobrevivam a gerações como até há 20 anos. Isto implica que um determinado trabalho também deixou de ser para toda a vida. Se cairmos na normalização e na especialização exclusiva, basicamente estamos perdidos.

Ou seja, os mais adaptados serão os que mais potencialidade têm de ter sucesso. A inovação surge de um conjunto heterogéneo de competências, de olhar a realidade como um todo e no encontro de soluções porventura até simples que respondam a novas necessidades.


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