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Aprendizagem Situada/Contextualizada
Imagine-se que o que seria aprender o ofício de mecânico no banco da escola, sem que o aprendiz tivesse oportunidade de explorar um carro em todas as suas componentes, sem nunca manipular cada uma das suas peças e sem ter a oportunidade de montar e desmontar um motor utilizando as ferramentas adequadas [1]. Esta situação seria idêntica à formação de tutores/professores online, numa sala de aula presencial, ainda que perante um computador com ligação à Internet mas sem nunca recorrer à experiência de viver e sentir a distância física (e as limitações que daí advêm) a mesma que os futuros tutores/professores e os seus alunos viverão no futuro em contexto de e-learning. Na mesma linha de raciocínio, imagine-se ainda que na disciplina de Ambientes Virtuais de Aprendizagem aprenderíamos os conceitos de “ambiente virtual de aprendizagem”, “comunidade de aprendizagem”, “web
A aprendizagem em contexto ou situada foi talvez uma das grandes mais valias da nossa última actividade em AVA:
- Com base no Ning construímos um contexto de aprendizagem para utilizar e experimentar uma ferramenta da Web 2.0;
- A propósito do Ning fomos procurar e explorar outras ferramentas da Web 2.0;
- A pesquisa e exploração de outras ferramentas conduziu-nos na reflexão sobre a utilização que estas poderiam ter num contexto de aprendizagem (virtual-real) e na nossa actividade e contexto profissional. Desta pesquisa e reflexão surgiram ideias de colegas que são muito interessantes e que provavelmente vão ser colocadas em prática por muitos de nós com os seus alunos/formandos.
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Notas:
[1] Até ao advento da Escola de Massas, o modelo de aprendizagem dominante foi o Contextualista à semelhança do que teorizou Vygostky no início do século XX. Aprendizes e Especialistas, convergiam na criação de uma determinada aprendizagem em constante interacção com o contexto e por isso eminentemente prática. A chegada da Revolução Industrial no século XIX trouxe às sociedades desenvolvidas necessidades cada vez mais imediatas na formação dos seus recursos humanos, pelo que se tornou necessário formar cada vez mais trabalhadores num curto espaço de tempo. A aprendizagem situada perdeu-se nos meandros do necessário imediatismo e as escolas abraçaram o mesmo modelo industrial. Para formar mais e rapidamente substituiu-se o contexto profissional pela sala de aula e os especialistas por manuais, resultando daqui uma aprendizagem na maioria dos casos descontextualizada e desenquadrada da realidade e verdadeiras necessidades do mercado de trabalho.
[2] A aprendizagem só é significativa se for resultado da prática. Da experiência prática e perante novos problemas podem resultar adaptações criativas a novos contextos dando origem a novas práticas.
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